domingo, 29 de março de 2009

...do latim solitate

Tenho saudades. Mas não é qualquer saudade. Estou com saudade do que não passou, do que não vivi. Não que eu tenha me arrependido do meu passado, mas me bateu uma saudade das outras possibilidades que não escolhi. Às vezes, me vem nítidas as imagens do passado que não aconteceu.
Saudade do abraço não dado, do encontro não marcado, da viagem não feita. Sei que várias coisas poderiam ter acontecido. Um beijo, uma risada, uma ligação. Também tenho saudades disso. Saudade das amigas que não vejo e também das que vejo com o pé na universidade; das saídas em que nada de útil é falado; saudade de quando a palavra era inocente, de quando as ações não machucavam.
Saudade do tempo que eu passei sentindo saudade. Porque hoje o tempo voa. E faz-me sentir saudade. Inclusive da época em que ele não voava, que os dias não corriam. De quando o dia dava para o estudo, para o jogo na rua, a conversa na calçada, o jantar com a família. Das manhãs longas, das tardes produtivas, das noites curtidas.
Livros não lidos, textos não escritos, piadas não contadas e o silêncio não respeitado. De tudo isso tenho saudade. Porque eu queria sempre mais para querer menos. Mais coisas, menos saudades.
O que me conforta é saber que ainda tenho espaço, corpo, tempo e algum modo de... viver. Viver para fazer e não fazer as coisas. Viver com saudade, mas não viver para a saudade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ta mara viu? fikdik

Unknown disse...

amei
eu tenho saudade de voce!