sexta-feira, 26 de setembro de 2008

...esses nick's

{Acordar, arrumar, passear, comer, visitar, banho, dormir}. Isso poderia ser muito bem um roteiro de uma agência de turismo anunciando o seu mais novo pacote de férias para Bariloche, com toda a família e com direito a ver neve. Mas não é. Esse claro percurso é apenas o apelido de um usuário em uma das redes mais populares de bate-papo: o Messenger.
Pequenos grandes nomes como esse, fazem o que ninguém conseguiria: relatar em tempo recorde tudo o que está planejado no dia da pobre criatura que escreveu. E mais, não muito satisfeitos, estas cabeças de dedos ágeis ainda escrevem o roteiro do dia anterior, ou do seguinte, tendo direito a deixar um comentário pessoal sobre as atividades diárias. {Perfeitoooooooooooooo}.
Pobres criaturas. Mal sabem elas que nós, mortais, estamos pouco interessados em saber o que elas fazem ou deixam de fazer. Ou melhor, não todos são tão desinteressados, já que, se eu fosse um seqüestrador de criancinhas indefesas, ficaria morto de satisfeito em contar com a ajuda do próprio refém na hora de planejar o crime!
Pense num século massa! Que até os bandidos são beneficiados com a tecnologia 3G. Sou muito inocente mesmo. Se são estes os que mais lucram com todos os avanços da (des)humanidade. Viva o progresso!
Mas, continuando, chega até a ser interessante você parar tudo o que está fazendo para ver os relatos escritos em apenas uma frase! (Chico {banho, casa da Meire, churrasco do Bolinha} acabou de entrar). Ainda há aqueles que com sua surpreendente capacidade, conseguem esquecer ali as incríveis mensagens, que mesmo sendo comemorada a “independência do Brasil”, ainda desejam Feliz Natal. (Deve ser para o ano seguinte, eu que não consegui compreender).
O melhor é que parece que nós temos a imensa necessidade de saber o que vai se passar com eles. Sejamos francos, pra quê mentir?! Por que tentar causar impressão através de tanta idiotice? Se eu te adicionei é porque te conheço, não vou te endeusar por tu estar indo ao Sputinik. Ok? Então façamos um trato, mostre que és humano e coloque suas outras ações diárias, como fazer as necessidades básicas ou mesmo pegar ônibus. (Ah, você não pega, né? Foi mal).
Mas assim é a vida. Eles fingem que não querem se passar colocando que vão para o restaurante mais badalado do momento (mal sabem eles que é 18 anos) e nós fingimos que estamos superinteressados em saber se no domingo deles tem casa da avó ou missa. {Mucuripe jajá}.
Por que inutilidade se espalha tão rápido?! Fico aqui pensando.
Imagine se todas essas criaturas tivessem a mesma disposição e agilidade para consertar as coisas desse mundo.

sábado, 20 de setembro de 2008

...ditadura do X

Uma das coisas que não consigo entender é a perseguição desta sociedade por encontrar o bendito (ou maldito, dependendo do ponto de vista) do “x”. Desde o ensino fundamental, nossas ingênuas crianças são obrigadas a isolar esta incógnita acreditando na justificativa de que seu valor é o resultado. Traduzindo: acerta quem deixar o “x” sozinho de um lado.
Esta é uma visão que contradiz até mesmo o que a escola, enquanto instituição de ensino, prega. Os valores mais visados por uma escola séria se referem justamente à socialização, respeito, contribuição para o crescimento da coletividade. Daí nos deparamos, em sala de aula, com uma visão individualista de isolar o “x”, rejeitá-lo, como se ele fosse algo maligno à sociedade, uma droga.
Neste século de horrores, cansamos de escutar os incentivos ao trabalho coletivo como ferramenta para solucionar os grandes problemas globais. Fome. Aquecimento global. Guerra. AIDS. Para todos esses problemas é necessário o esforço coletivo, de todos, de tudo. Então, somos novamente forçados a olhar de maneira capitalista, para o espelho e não através dele; somos novamente empurrados aos cálculos absurdos que resultam em um único ato: isolar o “x”.
Se equações matemáticas são tão bonitas, complexas, imponentes, por que não deixá-las na forma original? Sem alterá-las, contribuiríamos para o bem social, estaríamos pensando e agindo pelo coletivo.
O “x” sendo uma incógnita, não é compreendido. Por isso, talvez, seja isolado do meio, assim como nossa sociedade faz com aqueles que não se adequam ao “padrão”. Se for tão difícil entender esta – que parece ser uma – inofensiva letra, contratemos um psicólogo ou um psiquiatra para acompanhá-la, mas chegar ao caso de isolamento é demais, inaceitável.
Vivemos em uma ditadura. Chamem do que quiser. Para mim, é a “Ditadura do X”. E não é de Xuxa, como muitos baixinhos podem pensar.


OBS: não me leve tão a sério...

domingo, 7 de setembro de 2008

...espelho

Espelho. Paramos e nos olhamos – por que isso alguma vezes acontece. Aí respiramos e olhamos bem fundo pra nós mesmos. Vemos o quanto somos perfeitos, ora, nenhum outro animal é assim. “Puxa, como sou grande”.
Só que aí você resolve assistir televisão e se depara com um vídeo sobre búfalos. Eles começam a ser atacados por leões. Perdem um componente do bando. Mas não perdem outro. Levantam-se. Unem-se. Partem para o ataque. Eles, muitos. Os leões? Poucos. Daí eles percebem que juntos podem tirar os leões dali, se proteger, se recuperar.
E aí, se não passar o resultado do último jogo de futebol, você ainda se levanta extasiado, reflexivo. Passa pelo espelho novamente. Pára. Olha-se. E aí se depara com alguém fraco, impotente. Sem nenhuma vontade de mudar o problema ambiental – desse falam muito – ou a pobreza na África – mas eu tenho vontade, afinal Jolie já está por lá.
Talvez você até esqueça dos animais. Mas, caso contrário, você pode até entrar na sala de aula lembrando daquela cena. Aí você se depara com seres agitados, como os búfalos; eles até formam um grupo, como os búfalos. Mas eles não se movimentam como os búfalos. Não percebem o poder que possuem contra os leões. São jovens apáticos e sem nenhuma vontade de mudar a realidade, ou melhor, até se consideram felizes com aquela realidade. A deles. Mas como dizia Gregório de Matos, “o todo sem a parte não é todo”, assim, a realidade deles não está desligada daquela mesma dos famintos da África – lembra deles?
Parabéns, parabéns para nós. O mundo aí, uma coisa abstrata: às vezes olhamos e vemos o quanto ele é bonito, de uma beleza extraordinária; mas basta assistirmos ao jornal e voltarmos para ele, já está horrível – de onde tiraram tanta porcaria?!
Não posso reclamar, afinal, estou ouvindo a melhor música que existe – tudo bem que ela acabou de ser lançada e não, não, eu não digo a cada mês que existe uma “melhor música”. Será que digo? Poxa, mas a MTV lança tantas músicas legais, né?
Agora sim quero mudar o mundo. Ou melhor, vou esperar crescer mais um pouco. Sou tão nova, não posso fazer nada ainda pelo planeta, pela humanidade. Quando crescer...