terça-feira, 25 de novembro de 2008

...rir, para não chorar

Aqui em casa temos uma funcionária que cuida de todos os serviços domésticos. Muitos a chamariam de secretária do lar, mas prefiro chamá-la de empregada doméstica – até porque ela é péssima na arte de atender ao telefone e repassar os recados.
A Nirce, como a chamamos carinhosamente, - eu chegaria atrasada no trabalho se fosse pronunciar Nirceleudes – é daquelas figuras que podem ganhar um concurso cômico agindo naturalmente, poderia ser a terceira protagonista de “O Gordo e o Magro” ou até o maior par romântico para o clássico Carlitos.
Outro dia, Nirce chegou para mim com a cara de quem vai contar uma “bomba”:
- Dona Marli, a senhora não sabe o que aconteceu...
- Diga, Nirce, o que foi dessa vez?
- O cachorro subiu na cama da senhora e fez xixi no travesseiro! – Fazendo aquela cara de fofoca de final de semana.
- Sim, Nirce, pois lave o travesseiro e depois verifique se o cheiro saiu.
- Ahhhh, Dona Marli, se fosse só isso! Eu já lavei o travesseiro sim, mas a senhora não sabe o que tinha dentro dele.
- O que era mulher? Desembucha logo de uma vez que eu já tô ficando aflita. Era uma barata? Já sei, o telefone?
- Que nada, Dona Marli, encontrei um monte de penas no travesseiro. Não sei como elas vieram parar aqui, deve ter sido o gato da vizinha que matou um pombo aqui dentro. – E postou-se a dar gargalhadas.
- Mas o que você fez com elas, Nirce de Deus? – A essa altura eu já estava preocupada com o meu travesseiro de penas de gansos dinamarqueses pago ao longo de alguns meses, quando ela, alegre por sua eficiência, concluiu:
- Não precisa nem se preocupar, dei um fim a toda aquela tralha. Hoje a senhora vai ter uma noite “mara”!
Só me resta... rir, para não chorar!