sábado, 25 de outubro de 2008

...mais um blá, blá, blá

Ah! Não consigo escrever. A questão não é a ausência de temas para a criação de um texto, mas o excesso deles! Preciso arranjar alguma criatura terrena que receba a culpa por não ter em minha mente as coisas organizadas de forma lógica. Ao mesmo tempo em que escrevo somente para mim - ou existe mais alguém por aqui? - tenho a preocupação de expor tudo de forma clara, no achismo de que um outro possa não me compreender. "Por mim" (e isso vai bem entre aspas), colocaria as frases de forma não lógica. Mas seria apenas um blá, blá, blá qualquer. Vou, então, procurar sobre o que falar aqui.
Prometi a mim mesma que este espaço seria um local para relaxar ou gastar todas minhas emoções quando estas estivessem em excesso. Seja por indignação, alegria, raiva... Mas, agora, me deparo com uma cobrança indesejável de postar, postar, postar. Os dias vão passando e começo a fazer cálculos de há quanto tempo não atualizo essas bandas de cá. Tenho que parar com isso. Não posso ter a indigestão quando ainda nem comi.
Tenho que me respeitar quando não quiser ou puder escrever.
Que os textos venham em seus tempos!

domingo, 19 de outubro de 2008

...pergunta indiscreta

Fim de ano. Chega, então, o Natal e a família, como sempre, se reúne na casa do meu avô. E é nesse local que passo a rever as figuras que nosso brasão possui. No mais recente desses encontros, aproximou-se de mim uma daquelas tias-avós solteironas que adoram se embelezar e marcam presença por já chegar puxando as bochechas dos mais novos. Comigo não foi diferente, mas, para completar, seguido do gesto – teoricamente – de carinho em minha face, ainda ouvi seu célebre e tradicional pronunciamento, algo do tipo: “Como Rebequinha está grande, já deve ter um namorado, não?”.
Até aí tudo bem, se não fosse o discurso inovado e minha querida tia-avó indagado: “Mas você vai ser o quê? Já está na idade de se decidir”. Esta frase poderia ter passado em branco, mas eu estava com o humor no pólo negativo e, neste caso, jamais deixaria de criar confusão – mesmo que interiorizada – sobre o caso.
Como assim o que eu iria ser? Eu já era algo. Ou melhor, eu sempre fui! Chego numa idade em que estou sendo bombardeada de perguntas que rodeiam todas o mesmo ponto: o que serei? Para falar a verdade, queria ter o direito de não ser nada. Ou de ser tudo. A liberdade de rodar o mundo hoje e ficar só na rede
amanhã. De poder ser médica de manhã, filósofa à tarde e mecânica à noite. Ou talvez não ser nada.
Essa pergunta deveria ser proibida ou, pelo menos, ser considerada
desrespeitosa. Perguntem minha idade, mas não relevem o que sou. Perguntem se estou apaixonada, mas não queiram saber o que serei. Afinal, eu que serei.
Minha tia, não digo por mal. Só quero que vivas tua vida que viverei a minha. Vou continuar perguntando ao mundo o que ele quer de mim e ele vai ter que dizer. Não se preocupe, em alguns desses Natais a gente se esbarra e, sem apertar minhas bochechas, a senhora
verás no que me tornei. Eu mesma.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

...até tu, brutus

Às vezes tenho vontade de produzir aquelas frases de efeito, catalogadas em sites de “grandes pensamentos”. Hoje, tentei uma dessas... “Até o céu perde suas estrelas”. O engraçado foi que, assim que publiquei esta frase como nick no bate-papo, um amigo veio e pediu para que eu pensasse sobre o inverso: as estrelas também podem perder seu céu.
Estranho. Real. Acostumamo-nos a ver diariamente as coisas acontecerem do mesmo jeito. Uma repetição que parece infinita, apesar de termos consciência de que conviver com as pessoas, no mesmo espaço, não dura para sempre. Mas automaticamente passamos a crer que as coisas sempre serão como são.
Chega um dia que, enfim, algo muda. Quando somos avisados de que a mudança vai ocorrer, sentimos, mas não compreendemos. Ou talvez seja o contrário, compreendemos, mas não sentimos. Só cai a ficha, realmente, quando o bom e velho cotidiano deixa de existir ou é alterado. Com o passar das horas, as coisas vão sendo como não eram.
As estrelas são o brilho do céu. Mas elas também se vão. Enquanto estamos aqui, observando-as, elas já estão se organizando para partir ou, talvez, já tenham ido. Mas nós só percebemos a ausência das estrelas quando elas realmente já foram. E se... até o céu, que - teoricamente - não se preocupa com o tempo, compromissos, interesses, ambições, velhice ou estética, deixa suas estrelas partirem, todo o resto é, no mínimo, aceitável.
Porém, não sei nem por onde começar se a questão for as estrelas que perdem seu céu...