domingo, 16 de agosto de 2009

...ai meu nariz, ai meu nariz

Palhaçada. Grande palhaçada. Acho que nunca vi um documentário (se é que posso chamar assim) tão rico: misturou história, sociologia, economia, política e até teologia. Acabo de assistir a um programa especial da Record sobre a Globo. Ou melhor, não sobre a Rede Globo de Televisão e sim sobre os podres desta. Na semana anterior o sujo já tinha falado do mal lavado.
Foram tantas passagens interessantes que não sei nem por onde começar. Se bem que é interessante dizer que até o bispo Edir Macedo falou. E muito. Disse à entrevistadora (sua funcionária!) que ela poderia perguntar o que quisesse, o que viesse a sua mente. (“Bem, será que rolava um aumento?”). Temos que frisar também que, segundo o bispo, a mídia faz a cabeça da sociedade. (Será? Cof cof. Alguém poderia me dizer quem é o dono da Record?).
Tenho que admitir que, em alguns momentos da entrevista com o bispo, tive suspeitas de seu aspecto. Acho que de tanto jogar “War”, formulei a tese de que Edir Macedo está espalhando seu exército pelo planeta para em um dado momento tomar o controle do mundo! E como li uma vez - de um bem humorado leitor de blogs -, se isso acontecer, quero que os impostos acabem e o mundo seja bancado pelo dízimo dos fiéis da Universal.
Acho que nunca foi tão útil o brasileiro assistir a sua tv aberta. Não, sério. Se dentro de toda essa palhaçada que a Record e a Globo vem protagonizando essas semanas nós pudermos tirar algo útil, será isso: conhecer os podres e as fundamentações de cada uma. Se o brasileiro nunca soube do envolvimento de Roberto Marinho com a ditadura, bingo! Chegou a hora. Se você fiel, nunca foi atrás de saber o que fazem com seu dízimo na Universal, bingo! Chegou a hora de conhecer o destino final do seu tão suado dinheiro.
Edir Macedo falou ainda que a Globo temia uma possível candidatura sua à presidência da República Federativa do Brasil (do latim, traduzindo significa: coisa do povo rico desde sempre). Pensando bem, quero que este senhor se candidate e ganhe! Se ele diz ter feito um templo na Flórida com cerca de dez milhões de dólares, imagine como serão as casas “populares”. Lar doce – e banhado a ouro – lar para todos os brasileiros! Viva!
Isso não significa que eu seja Globo na veia. Me poupe. Não estamos no jóquei para eu estar apostando em alguém. Pelo contrário. Se estas redes fossem cavalos nem no jóquei eu pisaria.
Também não vou falar de justiça, porque nesse país esse é um termo relativo. Enfim, a questão é que me sinto uma palhaça diante de tudo isso – e quero que você também se sinta! Como diria a grande Stefhany do Crossfox: “vem comigooooo!” -. Se antes o brasileiro já não tinha opção de emissora decente, imagine agora com essa baixaria diante de nossos olhos.
Vou rezar muito para que um dia nós brasileiros tenhamos um canal aberto que pelo menos nos respeite. Mas antes tenho que colocar o dízimo em dia.

6 comentários:

Camila disse...

O final tá genial.
Essa palhaçada toda serve exatamente pra isso, pra que o povo acorde quanto às grandes emissoras. Em vez disso, já tem gente escolhendo um lado pra torcer, como se fosse um campeonato. Campeonato, na verdade, é. A diferença é que o único que sai perdendo é o telespectador.

Anônimo disse...

Por isso que, das pocas vezes que eu ligo a tevê escolho logo o canal 5.
Viva a tevê cultura!!!

Ótimo texto,
Daniel Brito de Araújo

Elba Soares disse...

Aí meu nariz e o resto todinho...´Sei que doi, ouvir e ver a cegueria paradigmática que apodera a mente da sociedade, sei que doi ver gente "do bem" alienada a essa mídia coisificada que idiotiza as pessoas. Parece engraçado, mas ão tenho antena que capte sinal que preste, num sei se é uma proteção ou um protesto. Fiquemos firmes conquistaremos mais adeptos pensantes dessas pobrezas e misérias humanas.

Anônimo disse...

vc não existe e fruto da minha imaginação quando vai lançar um livro por favor não deixe de mandar o convite quero comprar o primeiro.luciana ex sapiens

mariana oliveira disse...

Gostei. Sorte que ainda temos quem consiga pensar diante dessa avalanche de anestésicos.

Anônimo disse...

Ah, mas as novelas da Globo têm um papel social essencial. Lutam contra o preconceito, e talz, até fazem denúncias políticas!
ô