domingo, 7 de setembro de 2008

...espelho

Espelho. Paramos e nos olhamos – por que isso alguma vezes acontece. Aí respiramos e olhamos bem fundo pra nós mesmos. Vemos o quanto somos perfeitos, ora, nenhum outro animal é assim. “Puxa, como sou grande”.
Só que aí você resolve assistir televisão e se depara com um vídeo sobre búfalos. Eles começam a ser atacados por leões. Perdem um componente do bando. Mas não perdem outro. Levantam-se. Unem-se. Partem para o ataque. Eles, muitos. Os leões? Poucos. Daí eles percebem que juntos podem tirar os leões dali, se proteger, se recuperar.
E aí, se não passar o resultado do último jogo de futebol, você ainda se levanta extasiado, reflexivo. Passa pelo espelho novamente. Pára. Olha-se. E aí se depara com alguém fraco, impotente. Sem nenhuma vontade de mudar o problema ambiental – desse falam muito – ou a pobreza na África – mas eu tenho vontade, afinal Jolie já está por lá.
Talvez você até esqueça dos animais. Mas, caso contrário, você pode até entrar na sala de aula lembrando daquela cena. Aí você se depara com seres agitados, como os búfalos; eles até formam um grupo, como os búfalos. Mas eles não se movimentam como os búfalos. Não percebem o poder que possuem contra os leões. São jovens apáticos e sem nenhuma vontade de mudar a realidade, ou melhor, até se consideram felizes com aquela realidade. A deles. Mas como dizia Gregório de Matos, “o todo sem a parte não é todo”, assim, a realidade deles não está desligada daquela mesma dos famintos da África – lembra deles?
Parabéns, parabéns para nós. O mundo aí, uma coisa abstrata: às vezes olhamos e vemos o quanto ele é bonito, de uma beleza extraordinária; mas basta assistirmos ao jornal e voltarmos para ele, já está horrível – de onde tiraram tanta porcaria?!
Não posso reclamar, afinal, estou ouvindo a melhor música que existe – tudo bem que ela acabou de ser lançada e não, não, eu não digo a cada mês que existe uma “melhor música”. Será que digo? Poxa, mas a MTV lança tantas músicas legais, né?
Agora sim quero mudar o mundo. Ou melhor, vou esperar crescer mais um pouco. Sou tão nova, não posso fazer nada ainda pelo planeta, pela humanidade. Quando crescer...

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